Discutindo os dilemas

por Dario Neto* e Marcel Fukayama*

Não há dúvidas de que as empresas são uma das principais alavancas de transformação para o mundo, com a capacidade, inclusive, de influenciar outras duas grandes alavancas de transformação – governo e sociedade civil. Certo? Pois, então, feche os olhos e imagine o que pode acontecer com a virada de consciência que algumas empresas estão vivendo. Esta coluna nasce pela mesma razão que fez dezenas de movimentos globais de consciência nos negócios e na liderança nascerem: divulgar a agenda de uma nova economia como o caminho para o mundo que todos queremos viver. Com isso, queremos gerar responsabilização. Queremos gerar conexão de líderes e de negócios com os desafios sociais, econômicos e ambientais do mundo. Não tem a ver com a (também relevante) filantropia.

Muito prazer, somos o Dario e o Marcel! Dois jovens empreendedores que ajudam a liderar, no Brasil, dois movimentos de consciência para os negócios, respectivamente Capitalismo Consciente e Sistema B, ambos voltados a requalificar líderes e empresas para que se orientem a todos os stakeholders – fornecedores, comunidade, meio ambiente, colaboradores – e não só aos acionistas. Aqui unimos forças para disseminar os bons exemplos de negócios que queremos ver.

Eu, Marcel, tenho aprendido que um CNPJ é apenas um conjunto de CPFs e que, portanto, não há negócio bom com gente ruim. E gente boa começa na construção de uma cultura com valores sólidos, que sejam consistentes, coerentes e íntegros. Isso é trabalhado por meio da certificação de empresas B, que redefine o sucesso norteador dessa cultura, para que inclua não apenas o êxito financeiro, mas também o bem-estar da sociedade, das pessoas e do planeta. E o melhor é que um CNPJ com CPFs conscientes, conectados com um propósito de geração de valor compartilhado e de impacto positivo, estará obrigatoriamente mais preparado para desafios e oportunidades do século 21.

Eu, Dario, tenho aprendido que a consciência empresarial é uma verdadeira jornada e não uma decisão “ser ou não ser”. Ela é experimentada em todas as decisões difíceis e complexas tomadas diariamente. Por meio do Capitalismo Consciente, temos lutado para que as empresas sejam capazes de gerar valor para todos os stakeholders e que, assim, dediquem-se a curar algo no mundo.Preciso confessar que tem sido bastante desafiador sustentar a coerência do propósito de ponta a ponta no negócio, garantindo cuidado com os stakeholders e também a prosperidade financeira. Afinal, quanto mais perto ficamos da luz, mais sombras aparecem. Por sua vez, é verdade que o propósito contamina positivamente toda a organização quando há uma verdadeira cultura consciente.

Por que o nome “liderança que cura”? Porque nós dois acreditamos que o processo de tomada de consciência nos negócios começa com o (a) líder e vamos propor conversas francas e diretas sobre como o(a) líder pode lidar com os grandes dilemas que pressionam e ameaçam todos nós.

Queremos que você se junte a nós nesse movimento para liderar uma nova economia por meio de negócios conscientes. Os princípios que propomos são uma utopia? Talvez. Mas muitas coisas no mundo eram utopia – até o dia que viraram realidade. Juntos, construiremos empresas melhores para o mundo.

* Dario Neto é diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil e CEO do Grupo Anga. Também é pai do Miguel e marido da Bruna. Marcel Fukayama é diretor geral do Sistema B Internacional e cofundador da consultoria em negócios de impacto Din4mo.

Reprodução: Revista HSM Management

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