Esta semana fui impactado por uma reflexão sobre a importância do mapa e da bússola em uma jornada. A provocação partiu de Julia Tolezano da Veiga Faria, escritora, influencer e jornalista, também conhecida como Jout Jout. Proponho extrapolar e ampliar a reflexão neste artigo.
Imaginemos que nossa vida seja uma jornada e que ela aconteça nestes dois mundos coexistentes: BANI e VUCA. Trata-se de acrônimos que, em inglês, apresentam duas visões sobre o mundo sendo, respectivamente “frágil, ansioso, não linear e incompreensível” e “volátil, incerto, complexo e ambíguo”. Sabendo que precisaremos trafegar neste terreno que muda a todo momento, o que seria mais útil? Bússola ou mapa?
O mapa que nos é fornecido nesta jornada tem caminhos pré-definidos e, muitas vezes, não corresponde à realidade já que vivemos num mundo que muda cada vez mais rápido. Ter um mapa demanda muito menos energia, basta “seguirmos o caminho”. Por outro lado, se perder do caminho pode ser um enorme problema, assim como se o terreno não corresponder mais ao mapa e suas representações.
A bússola, por outro lado, nos dá autonomia para escolher quais caminhos desejamos percorrer, sem perder o norte. Dá mais trabalho? Sim. Porém é mais seguro. Seguro, pois não importa quantas vezes o mundo mude ou o terreno se transforme, o norte será sempre norte. A questão é que crescemos e nos formamos com um mindset para seguir mapas, ao invés de seguir nossa bússola.
A reflexão também se aplica ao mundo empresarial. Empresas querem mapas, não bússolas. Querem caminhos e jornadas prontas para ter a falsa segurança que o sucesso estará no final da caminhada. O mapa das empresas é fornecido pelo mercado e ele partilha das mesmas características que o mundo BANI e VUCA. De uma hora para outra, o mapa do mercado se torna inválido e, até se definir um novo mapa, as empresas que não tem suas bússolas se perdem e correm o risco de desaparecer. Resistem aquelas que tem sua bússola e se mantém em direção ao seu norte: seu propósito e sua razão de existir no mundo.
O sucesso pode ser traduzido de muitas formas, mas é fato: ele não está no fim da jornada, está no caminho. O legado de uma empresa não é construído no fim de sua jornada, ela é construída no dia a dia, em cada tomada de decisão. Talvez o caminho do sucesso das empresas e o caminho de nossa felicidade só possam ser verdadeiramente trilhados se encontrarmos nossas bússolas e entendermos nosso norte. Termino com a provocação: você conhece seu propósito?
Gabriel Monteiro é head de expansão nacional no Instituto Capitalismo Consciente Brasil.
Reprodução: Este artigo foi originalmente publicado no LinkedIn. Clique aqui para conferir.