A CEO do Magazine Luiza fechou o evento do II Fórum Brasileiro do Capitalismo Consciente falando sobre o papel das empresas na transformação do Brasil
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), as mudanças e as transformações que tem acontecido no mundo, assim como a pauta ESG foram abordadas em todos os âmbitos no II Fórum Brasileiro do Capitalismo Consciente. Para fechar com chave de ouro, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de Administração do Magazine Luiza, liderou junto com Hugo Behtlem, chairman do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB) o último bate-papo do evento sobre o papel das empresas na transformação do Brasil.
“O problema é que o capitalismo foi muitas vezes um capitalismo selvagem, e isso que está sendo questionado, porque quando não é bom para si não é bom para ninguém. Isso é muito importante, o que a gente precisa entender é que o ganha x ganha é a única alternativa para ser bom para a sociedade. E o que eu tento fazer a vida toda, na sociedade, é aumentar o meu nível de consciência, e aumentar o nível de consciência de quem me cerca”, disse Luiza. Segundo a empreendedora, quando o mercado financeiro abraça a coisa, tem que ir rápido, porque dá lucro. A presidente da gigante Magalu afirmou, ainda, que é necessário ter diversidade no ambiente de trabalho.
Apoio aos colaboradores
Falando sobre vender bem e não dar chá de cadeira, Luiza conta sobre a atenção que é preciso ter tanto com os funcionários, quanto com os clientes. “É fundamental as empresas darem apoio para os colaboradores e criarem uma rede consistente para que ele possa trabalhar com qualidade. Até anos atrás ninguém me escutava, não davam nada para aquilo que eu falava, agora escutam”, relatou.
Investimento em tecnologia
“Que risco eu vou pagar? Mas o que eu vou ganhar? Eu foco naquilo que pode dar certo, mas não deixo de arriscar”, Trajano contou sobre quando investiu em tecnologia em suas lojas, no meio digital, e que todos duvidaram que daria certo. “O digital é uma cultura, foi assim que fizeram grandes empresas e as empresas que não entraram nisso acabaram, um exemplo disso é a própria Kodak que era referência em fotografia”, complementou Luiza Trajano.
Mudança de comportamento
Quando questionada por Bethlem se mudaremos a forma de pensar, Luiza é categórica ao afirmar que não tem dúvida que sim. “Sabe por que vai mudar? Porque o consumidor final mudou. Ainda tem quem entre nas lojas e diga que não vai comprar de negro ou homossexual, mas a maioria não, filma e logo está em todas as redes sociais. A pandemia nos colocou dentro de casa e ficamos sem o externo. A fome também bateu forte e foi tudo escancarado, um país pobre como o nosso vende hoje para comprar amanhã. Isso foi pesado, para nós, para as crianças, o emocional, com o emprego, idosos com alzheimer, a doença da Covid veio para nos emocionar”, afirmou a empresária.
Para Luiza, dar dinheiro é importante, mas ter um plano estratégico para a desigualdade mercadológica é tão importante quanto. Sobre o Grupo Mulheres do Brasil, a CEO falou sobre seus pilares de defesa, que é ser uma mulher apartidária, mas sempre política, se posicionando sobre o que apoia, o que acha certo ou errado em meio a tantos acontecimentos nacionais e internacionais.
Geração de empregos
Entre os temas importantes para a CEO estão a geração de empregos e a recolocação profissional. “Eu quero dizer para o jovem que é commodity o que ele estudou, a pergunta é como ele lida com estresse, como ele lidou com a pandemia, é isso que os headhunters estão olhando no mercado de trabalho. As empresas descobriram que elas contratam pela qualidade técnica e mandam embora pelo comportamento”, afirmou. Luiza alerta que cada escolha que fazemos também gera perdas e temos que saber lidar com essas consequências.
“Ou entra ou fica fora, entra de dentro, entra verdadeiro”, comentou Luiza sobre a necessidade de todas as empresas estarem engajadas com a causa ESG, começando com os pequenos passos e implementando na calma. Hugo reforçou a fala da convidada, afirmando que é necessário sair da competição para a cooperação.