Por Alcione Pereira, Fundadora e CEO da Connecting Food*
O panorama do empreendedorismo de impacto no Brasil vem sendo redesenhado por um movimento inspirador: o protagonismo das mulheres. Elas assumem cada vez mais a liderança de negócios inovadores que, além de gerar lucro, visam solucionar problemas sociais e ambientais, construindo um futuro mais justo e sustentável para todos.
Para se ter uma ideia, entre 2017 e 2022, o número de empresas lideradas por mulheres no Brasil cresceu 44%, segundo o Sebrae. Levando a discussão para os negócios de impacto social e ambiental, mais da metade (52%) dos negócios liderados por mulheres estão em setores de impacto social e ambiental, como educação, saúde, sustentabilidade e desenvolvimento social. Isso significa que, além de prosperar, essas empresas estão gerando transformações positivas na vida das pessoas e no planeta.
Quando falamos em perfil, as mulheres que lideram negócios de impacto no Brasil são majoritariamente jovens, com idade média de 35 anos, e possuem alto nível de qualificação, com ensino superior completo. Dentre os fatores que impulsionam o avanço feminino nas últimas décadas, podemos destacar o acesso à educação e à informação qualificada, que tem empoderado as mulheres, permitindo que desenvolvam as habilidades e conhecimentos necessários para empreender.
Além disso, diversas iniciativas públicas e privadas, como programas de mentoria, incubadoras e aceleradoras, oferecem suporte e orientação para aquelas que desejam abrir ou expandir seus negócios. E, claro, também a crescente demanda por produtos e serviços que geram impacto positivo na sociedade e no meio ambiente abre um leque de oportunidades para as mulheres empreendedoras.
Mas, apesar das conquistas e avanços, sabemos que existem ainda muitos desafios. As mulheres continuam enfrentando obstáculos como a disparidade salarial e a dificuldade de acesso ao crédito, o que limita seu potencial de crescimento. A baixa representatividade feminina nos cargos de liderança e a dificuldade em se quebrar certos paradigmas profissionais são outros fatores que impedem uma maior igualdade de gênero nesse sentido.
De qualquer forma, as perspectivas são muito promissoras para as mulheres brasileiras. Espera-se que o número de empresas lideradas por elas continue crescendo nos próximos anos, impulsionado por sua capacidade de inovar, gerar impacto positivo e liderar com empatia e colaboração.
Mesmo em meio a um cenário desafiador para a liderança feminina, as mulheres estão liderando a construção de um futuro mais justo, sustentável e próspero para todos. Para que esse movimento continue a crescer, é fundamental superar os desafios que persistem e investir no potencial das mulheres empreendedoras.
Sobre a Connecting Food:
Fundada em 2016 pela engenheira de alimentos Alcione Pereira, a Connecting Food é a primeira foodtech brasileira especializada em conectar alimentos que seriam descartados por empresas, mas ainda são bons para o consumo, à Organizações da Sociedade Civil. Atualmente, atende 535 OSCs, em mais de 270 cidades das 27 unidades federativas do país. Até o momento, a empresa já auxiliou na redistribuição de mais de 13 mil toneladas de alimentos que seriam desperdiçados, garantindo o complemento de mais de 20 milhões de refeições. Entre o portfólio de clientes estão: Grupo Pão de Açúcar, iFood, Assaí Atacadista, Proença Supermercados, Nestlé, Bauducco e Danone. Saiba mais sobre a empresa clicando aqui.
Sobre Alcione Pereira:
Com formação em Engenharia de Alimentos, Mestrado em Sustentabilidade e MBA em Gestão Empresarial, Alcione Pereira é Fundadora e CEO da Connecting Food – uma foodtech de impacto socioambiental que trabalha na gestão inteligente de doações de alimentos excedentes. Além disso, ela é co-idealizadora do Movimento Todos à Mesa, primeira coalizão de empresas brasileiras unidas para a redução do desperdício de alimentos e combate à fome, e cofundadora do Pacto Contra a Fome, um movimento suprapartidário e multissetorial que tem como propósito contribuir para o combate à fome e para a redução do desperdício de alimentos no Brasil. Também atua como consultora técnica em projetos relacionados à cadeia de suprimentos humanitária, incluindo a redistribuição de alimentos oriundos do desperdício, para a FAO/ONU e Ministério da Cidadania.