Começo esta reflexão com a abordagem do livro “Todos são Importantes” de Bob Chapman e Raj Sisodia, que contradiz a cultura empresarial que está atrelada ao mito de que o principal gerador de progresso e lucro nas organizações é encontrar os melhores alunos de MBA das escolas de negócio ou eliminar alguns funcionários a treiná-los. Os autores descobriram que é justamente ao contrário: “é o grupo das pessoas apaixonadas, experientes que pode superar qualquer grupo de supostas estrelas”, comentam Chapman e Sisodia.
Lembro da minha jornada profissional, enfatizando a importância de se ter uma gestão mais humanizada no mundo corporativo. O que mais me fazia feliz não era exatamente o que eu fazia, mas como me percebia quando ia trabalhar. Quando nos sentimos seguros, com a sensação de que as lideranças da nossa organização estão cuidando para que as oportunidades ocorram para o nosso desenvolvimento, constatamos a paixão florescer e acabamos retribuindo com a nossa melhor entrega no trabalho.
Mas como uma empresa pode tornar-se verdadeiramente humanizada e pensar nas pessoas como Seres Humanos capazes de transformar o mundo dos negócios? Como a organização pode ajudar as pessoas a se desenvolverem e construírem suas jornadas profissionais colaborativamente? Como engajar líderes que entendem o ser humano para além de um recurso performático?
Tudo começa com as pessoas que estão liderando a organização. São elas que vão fazer os colaboradores vivenciarem a paixão por estarem trabalhando ali. As pessoas são cheias de vida! As lideranças mais humanizadas entendem que cuidar deste ser humano é o que fará florescer, dentro de cada colaborador, a paixão por servir à organização e se desenvolver como profissional.
Os líderes conscientes percebem que cada ser humano é portador da sabedoria da vida. Criar um espaço que possibilite ser quem a gente é, pautado em nossos próprios valores, é abrir uma janela para a jornada profissional que vale a pena. Pessoas assim, apaixonadas, estão em toda a parte à espera de uma chance de mostrarem que podem fazer a diferença. Reconheço que as lideranças, mais humanizadas, possuem uma dedicação especial com essas vidas, com esses seres humanos que lhe foram confiados.
As lideranças locais não podem mais ignorar que o ser humano é fundamental dentro da organização para que ela prospere, tenha ações sustentáveis e éticas. Investir na valorização das pessoas é ampliar a consciência da nossa responsabilidade como líderes de impacto positivo no mundo.
Termino esta reflexão com uma uma frase de Victor Frankl que fala que a pergunta mais importante não é o que a gente espera da vida, mas o que a vida espera de nós. Para sermos o que a vida espera de nós, necessitamos estar em nossa maior potência. Que sejamos, nós, líderes que inspirem e promovam este zelo pelo ser humano nas organizações. Toda a organização é um elo para a transformação e desenvolvimento da humanidade! Todos querem ser melhores! São as pessoas que vão trazer os saltos quânticos para nossa organização nas questões econômicas, sociais e ambientais. Pense nisso!
Eliane Davila é Colíder da Filial Regional do Capitalismo Consciente no Rio Grande do Sul.
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