A filosofia do Capitalismo Consciente apresenta uma abordagem econômica que busca elevar a consciência das lideranças para um olhar para além do lucro, trazendo prosperidade e diminuindo as desigualdades, com uma gestão mais humana, ética e sustentável. Conforme Raj Sisodia, os 4 pilares do Capitalismo Consciente, ou seja, Cultura Consciente, Propósito, Liderança Consciente e Orientação aos Stakeholders podem ajudar as empresas a serem melhores para o mundo. É um modelo que reconhece a importância das organizações na sociedade e procura gerar valor não apenas aos acionistas, mas também aos funcionários, clientes, comunidades e meio ambiente. Nesse contexto, este texto abordará, com mais detalhes, dois dos pilares do movimento: a cultura organizacional e o propósito, com o intuito de auxiliar as lideranças nesta jornada que contribui para a perenidade das organizações.
Assim, a cultura organizacional refere-se às normas, valores, crenças e comportamentos que moldam a maneira como uma empresa opera. É a identidade coletiva que permeia todos os níveis hierárquicos e influencia as decisões e ações dos membros da organização. A partir de uma gestão conectada aos pilares do Capitalismo Consciente, a cultura organizacional reflete os valores e princípios que sustentam a abordagem responsável e sustentável.
Uma cultura organizacional conectada ao Capitalismo Consciente prioriza a transparência, a ética e o respeito pelos direitos humanos. Ela encoraja a diversidade e inclusão, promove a igualdade de oportunidades e valoriza a colaboração e o bem-estar dos funcionários. Além disso, incentiva a inovação e a criatividade, estimulando a busca por soluções que gerem benefícios tanto para a empresa quanto para a sociedade.
O propósito organizacional, por sua vez, é a razão de ser da empresa. É a declaração que descreve o impacto positivo que a organização deseja gerar no mundo. No contexto do Capitalismo Consciente, o propósito deve ser autêntico, inspirador e alinhado aos valores da empresa. Ele fornece uma direção clara e um sentido de significado para os funcionários, engajando-os em um objetivo comum.
Um propósito conectado ao Capitalismo Consciente pode ser voltado para a resolução de problemas sociais e ambientais, como a redução da desigualdade, a preservação do meio ambiente ou o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis. Ele inspira todos os stakeholders a irem além dos interesses imediatos e a contribuírem para um impacto positivo genuíno.
Quando a cultura organizacional e o propósito estão alinhados com o Capitalismo Consciente, as organizações podem desempenhar um papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e sustentável. Elas podem se tornar agentes de mudança, incentivando a adoção de práticas responsáveis em toda a cadeia de valor. Além disso, empresas que adotam esse modelo muitas vezes experimentam benefícios econômicos a longo prazo, como maior fidelidade dos clientes, atratividade para talentos e resiliência empresarial. Em suma, a cultura e o propósito organizacional são elementos cruciais para a implementação bem-sucedida do Capitalismo Consciente. Eles estabelecem as bases para uma abordagem de negócios que busca equilibrar o sucesso financeiro com a responsabilidade social e ambiental. Ao promover valores éticos, respeito pelos direitos humanos e compromisso com a sustentabilidade, as empresas podem se tornar agentes de mudança positiva, contribuindo para um futuro melhor para todos.
Eliane Davila é PhD em Processos e Manifestações Culturais, Pesquisadora e Colíder da Filial regional do Instituto Capitalismo Consciente no Rio Grande do Sul
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