Confiança e lucratividade: uma relação necessária

Empresas precisam conquistar o coração dos seus clientes

Em tempos de extrema instabilidade e, diga-se, nada indica que esse contexto vai se atenuar, não basta somente oferecer um bom produto ou serviço. Empresas precisam conquistar o coração dos seus clientes.

A impressão que temos é que consumidores, em todos os níveis, têm um controle remoto nas mãos. Ao menor sinal de insatisfação ou inadequação, basta apertar um botão e, por conta dessa simples e instantânea decisão, negócios podem desaparecer do mapa em um piscar de olhos.

Nesse sentido, pode-se afirmar com segurança que as empresas precisam construir, cultivar e manter laços de confiança com todos os seus públicos. Quando bem estabelecida, a confiança tem o poder de gerar relações sólidas, comunicação transparente e fortalecimento de vínculos.

Portanto, não é nenhum absurdo afirmar que, para serem lucrativas e sustentáveis, empresas precisam tornar-se, acima de tudo, confiáveis.

Quando os clientes confiam em uma empresa, eles tendem a comprar mais de seus produtos ou serviços. Eles também são mais propensos a se tornarem clientes fiéis e a recomendar a empresa a outros. Isso, por sua vez, gera um ciclo virtuoso de prosperidade e sustentabilidade ao negócio.

Da mesma forma, quando os funcionários confiam na empresa em que trabalham, tornam-se mais propensos a se sentir engajados e motivados, o que certamente levará a um aumento de produtividade. Essa mesma lógica se aplica a fornecedores e investidores, igualmente mais propensos a fazer negócios com empresas nas quais confiam.

No entanto, sabemos que a confiança não é algo que se constrói da noite para o dia. Leva tempo para se estabelecer, sendo necessárias ações consistentes e transparentes ao longo do tempo.

O capitalismo consciente apresenta-se como um caminho seguro para essa construção. Trata-se de um modelo de negócios que enfatiza a criação de valor para todas as partes interessadas – clientes, funcionários, fornecedores, investidores e a sociedade em geral. Ele se baseia na premissa de que as empresas têm uma responsabilidade maior do que apenas gerar lucros, devendo também contribuir positivamente para a sociedade.

Os quatro pilares do capitalismo consciente são propósito maior, liderança consciente, cultura consciente e orientação para stakeholders. Esses pilares são a pedra fundamental do capitalismo consciente e servem de bússola para que empresas promovam um ambiente empresarial mais ético, justo e sustentável.

Por conta disso, empresas que adotam o capitalismo consciente como uma estratégia de fazer negócios são mais propensas a ganhar a lealdade e o apoio de longo prazo de seus stakeholders, o que certamente levará ao sucesso empresarial e a resultados sustentáveis, tendo o lucro como uma consequência natural e não um fim em si mesmo.

Em conclusão, as empresas que praticam as bases do capitalismo consciente conseguem cultivar a confiança com todos os seus stakeholders estão mais propensas a serem bem-sucedidas e lucrativas a longo prazo. Portanto, a confiança é a chave e o capitalismo consciente se apresenta como o caminho mais indicado para essa construção.


Autora

Laura Torres, relações públicas, pós-graduada em Comunicação e Marketing, cofundadora da Gestores de Sonhos e conselheira da Filial Regional do Capitalismo Consciente em Belo Horizonte.

Artigo originalmente publicado no Diário do Comércio. Clique aqui e confira.

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