Planejamento Estratégico: Liderança Consciente e Humanizada como protagonista

“Toda jornada da humanidade pode ser vista como um despertar gradual, tanto para o mundo à nossa volta quanto para o nosso potencial impressionante como seres humanos”. Na medida em que a maior parte da humanidade saiu do estado de sobrevivência, nós conseguimos abrir os olhos e ver o todo.

Nina Bhat & Raj Sisodia

Cenários turbulentos como os que têm afetado a sociedade global, parecem levar a humanidade a se preparar para uma grande transformação em múltiplas dimensões. E, nesse sentido, a temática da liderança consciente e humanizada, à luz do capitalismo consciente, ganha lugar de protagonismo, especialmente no que diz respeito à gestão empresarial e pública, enaltecendo a perspectiva de resultados e de governança corporativa, bem como a expectativa de como todo o processo de humanização suscitará no propósito de um plano estratégico.

Diante do vácuo de liderança no mundo, agravado pelo enorme déficit na formação de lideranças mais conscientes do que é necessário para a sociedade global, é imprescindível a existência de lideranças capacitadas de maneira humanizada, que saibam estabelecer o ser humano como prioridade em relação às institucionalidades, quer sejam essas de natureza econômica, administrativa, política ou de caráter diverso. Credita-se, assim, como indispensável, a reinvenção de parâmetros, a fim de efetivar possibilidades de transformação no mundo do trabalho, bem como na vida pessoal e no ambiente social. 

Aparentemente, um processo de natureza disruptiva que se instalou na contemporaneidade está a gerar crises em áreas distintas. Esses ecos são percebidos em setores como educação, saúde, meio ambiente, administrações pública e privada. Em suma, isso permeia vários aspectos de nossa vida fazendo com que todos sofram as dores deste tempo. Na era em que vivenciamos a convergência de tecnologias transformadoras, mas ainda sujeitos a executar grande quantidade de trabalhos desnecessários e repetíveis sendo cotidianamente realizados por pessoas nas instituições, faz-nos pensar em consolidar a premissa de que devemos mudar não só o nosso modo de liderar, mas também a forma de bem governar. 

Nesse sentido, tais mudanças requerem liderança, contudo, dependem de um adequado e aprimorado instrumento de planejamento com visão de longo alcance, além de uma grande dose de ânimo. É uma questão e liderar a partir de uma visão de futuro que vem se desenhando à medida em que aprofundamos nossa compreensão acerca do contexto de crise emergente, que se caracteriza pelo cenário de patologias sociais em que a sensibilização, principal força motriz da humanização, não está presente na sociedade. Isso, apesar de tantas inovações tecnológicas, redunda em várias desconexões significativas e estruturais. 

Dessa sorte, o planejamento estratégico se constitui para as organizações empresariais, instituições governamentais e do campo social como um instrumento de mudança efetiva. O movimento do capitalismo consciente, a partir do momento em que coloca o desenvolvimento dos stakeholders em um patamar de força do bem para cuidar de vidas humanas, surge com força, alinhando as agendas globais em tempos críticos. Desde que se utilizem de um processo de escutatória com todas as partes interessadas, tornando-se uma ferramenta forte e eficaz para diagnosticar as necessidades dos envolvidos. Assim, de maneira lúcida e coerente, pautada na iniciativa de mútua compreensão em perspectiva humanizada, organizam-se ideias, transforma-se a realidade em um conceito agregador de um novo conjunto de forças. A saber, forças que interagem para a solução de problemas diversos dentro de matriz que considere, como sinal dos novos tempos,  o agir de forma planejada, a partir de uma liderança que se humanizou.


Telma Delmondes é Conselheira do Capitalismo Consciente Brasil – Filial Nordeste, Diretora Executiva da Gesthum – Gestão para uma Cultura Humanizada e Mentora de Desenvolvimento de Líderes e Pessoas


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