Sempre que se fala em Liderança pode se verificar que os líderes têm sido cada vez mais valorizados como fonte de inspiração, mas também sofrem cobranças frequentes e intensas onde quer que exerçam esse papel. Ser líder nunca foi algo simples, pois esse papel relaciona-se sempre a algum tipo de responsabilidade maior e forte expectativa externa e interna ao mesmo tempo. Conciliar essa dinâmica é uma arte e requer consciência quando se espera gerar impactos e resultados positivos que ao mesmo tempo mantenham esses líderes fortes e engajados em sua missão.
A arte de impactar
O líder atual precisa conciliar habilidades pessoais com competências técnicas que favoreçam os melhores resultados de seus liderados e também de si mesmo.
Liderança tem a ver com construção, transformação, influência e impacto. Gestão por sua vez, com eficiência e implementação, conforme John Mackey e Raj Sisodia dispõem em seu livro “Capitalismo consciente – Como libertar o espírito heróico dos negócios”, porém o que vemos na prática é que esses papéis muitas vezes foram misturados e confundidos.
Uma das afirmações mais contundentes e atuais feitas sobre a Liderança nesse mesmo livro também, é que “a qualidade dos nossos líderes afeta nossa qualidade de vida”. Isso porque, ao passarmos a maior parte de nossas vidas sob a influência de lideranças em algum nível, acabamos sendo impactados, direta ou indiretamente, por suas decisões e ações, sejam elas positivas ou não. Ao ampliarmos a influência desse fato para um âmbito mais macro, pensando em nossas comunidades, sociedades, países e no mundo como um todo, fica mais evidente o quanto nossas vidas poderiam ser, ou não, mais positivas também.
Talvez por isso seja correto afirmar inclusive, que dentre os 4 pilares do CAPITALISMO CONSCIENTE, a Liderança consciente seja a “mais viva”, a mais catártica, pois é a partir do pilar mais “humano” por assim dizer, que os demais podem ser cultivados, quer seja no âmbito de uma empresa ou de toda a sociedade.
No âmbito dos negócios, podemos chamar de líder consciente quem cria ou gere uma empresa consciente, baseando-se em um propósito maior, que influencia toda a sua cultura interna e mesmo externa ao se orientar também para seus stakeholders.
Múltiplas inteligências, lifelong learning and Walk the talk
O líder com consciência ampliada acaba por desenvolver diversos tipos de Inteligência além da cognitiva, anteriormente sempre mais valorizada, buscando as inteligências sistêmica, emocional, espiritual e servidora como fontes de energia e equilíbrio em suas jornadas.
Líderes conscientes percebem, portanto, a importância dos soft skills e do aprendizado contínuo para um bom desenvolvimento de seu papel, bem como favorecem o desenvolvimento dos seus liderados e da sua própria organização para que elevem seu nível de consciência de suas ações em qualquer ambiente e setor onde estejam.
Esse tipo de liderança faz uma diferença positiva em todo seu entorno. Reconhece-se como responsável pela mudança que pode gerar no mundo, a partir do seu trabalho e do seu viver. Entende que mesmo diante de escolhas morais árduas, deve manter a integridade como sua base de referência. Seus exemplos inspiram e isso pode ser usado para o bem ou para o mal, o que requer a percepção clara de um cuidado maior com as pessoas e objetivos que fazem parte de sua atividade.
A liderança consciente integra ainda, as energias masculinas e femininas (Shakti), o coração e a mente, o espírito e a alma, sempre buscando o melhor equilíbrio. Ainda que isso pareça algo difícil, narrativas como a do Capitalismo Consciente têm demonstrado, cada vez mais, o poder de impacto positivo que o cultivo de uma nova consciência na forma de liderar e conduzir um negócio pode gerar.
Essa premissa de elevar a humanidade através de práticas de negócios para o bem, que não visam exclusivamente ganhos financeiros, mas também ganhos morais, sociais e ambientais, facilita inclusive a conexão entre lideranças afins e fortalece também todo o ecossistema, com impacto para um desenvolvimento mais sustentável da economia como um todo.
Mais ECO, menos EGO
Nesse processo de autodesenvolvimento constante, o líder consciente acaba por fortalecer também características altruístas naturalmente. Seu olhar sobre as pessoas e o propósito que rege sua atuação é maior do que ganhos pessoais e seu próprio ego simplesmente.
Liderar com a consciência da importância do cuidado para com toda forma de vida e para o fato de tudo estar conectado por uma narrativa de “interser” com a natureza, com os demais seres humanos e com o planeta transforma totalmente a perspectiva de qualquer negócio e traz resultados melhores para o mundo. E que lindo um mundo assim pode se tornar…
Momento de regenerar
Felizmente estamos percebendo que esse chamado tem atraído atenção de muitos profissionais e pessoas em busca de uma forma de contribuir com o mundo e deixar um legado para a sociedade. Daí a importância do trabalho de movimentos como o Capitalismo Consciente também no sentido de fomentar essa jornada.
Como eterna aprendiz, sou grata por encontrar lugares assim na minha jornada e espero também, cada vez mais, ser essa liderança consciente e regenerativa.
*Simone Hain Venancio – Líder da Filial Regional do Capitalismo Consciente em Curitiba (PR), Fundadora da Propositiva Consulting, Conscious Business Professional pela Humanizadas, Multiplicadora do Sistema B Brasil e fomentadora das Novas economias.