Março é um mês de reflexão e, sobretudo, de reafirmação do compromisso com um mundo mais justo. Ao reconhecer o papel fundamental da mulher na sociedade e nos negócios, percebo que a equidade de gênero é uma demanda que exige a participação ativa de todos – homens e mulheres. Como cofundador de uma startup de impacto social, signatário do Capitalismo Consciente e, atualmente, empenhado em concluir meu MBA em ESG pela ESPM, vejo a masculinidade consciente como um caminho indispensável para transformar nossas relações e promover ambientes mais inclusivos.
Os homens, por muito tempo, não precisaram provar sua capacidade em muitas esferas porque a sociedade já lhes atribuía um lugar de liderança e visibilidade, enquanto as mulheres tiveram que conquistar cada espaço. Isso faz com que muitos homens, por comodismo ou de maneira inconsciente, se mostrem menos dispostos a questionar suas próprias posicionalidades ou a se engajar ativamente na promoção da equidade, uma vez que a mudança pode exigir desconforto e questionamento deste privilégio. As mulheres, ao contrário, frequentemente precisam se esforçar para ter sua competência reconhecida.
A masculinidade consciente propõe um novo modelo – o reconhecimento das desigualdades existentes e a busca ativa por mudanças que promovam o respeito, o diálogo e a colaboração. Essa perspectiva não é apenas um ideal ético, mas uma estratégia essencial para que a equidade de gênero se traduza em ações concretas no cotidiano das empresas e na sociedade. E reconhecer a existência dessa disparidade é fundamental para que possamos romper com paradigmas e avançar rumo a uma transformação cultural genuína.
No universo do ESG e do Capitalismo Consciente, investir na diversidade e na inclusão não é apenas uma escolha moral, mas também um motor de inovação e sustentabilidade. Organizações que abraçam a equidade de gênero colhem frutos em termos de criatividade, desempenho e resiliência.
Porém, sabemos que a transformação enfrenta desafios significativos. Barreiras culturais e comportamentos arraigados exigem um esforço contínuo para repensar paradigmas e construir uma nova realidade.
Ao longo da minha jornada acadêmica e profissional, tenho me dedicado a questionar modelos tradicionais de masculinidade e a buscar caminhos que favoreçam a inclusão.
Reconhecer nossos privilégios e adotar uma postura de aliado é o primeiro passo para a mudança. Seja por meio de programas de mentoria, treinamentos de conscientização ou da implementação de políticas corporativas efetivas ou, simplesmente, trazer o tema para a pauta do dia a dia, os homens têm um papel transformador na promoção de ambientes igualitários.
Exemplos de empresas que já incorporaram práticas de equidade demonstram que a mudança é possível. Ao criar espaços onde o diálogo é incentivado e as diferenças são valorizadas, essas organizações mostram que o sucesso está diretamente ligado à diversidade de perspectivas e ao compromisso de todos os colaboradores.
Posso afirmar com tranquilidade que a masculinidade consciente é, antes de tudo, um convite à reflexão e à ação. É um chamado para repensarmos nossas atitudes e contribuirmos, de forma ativa, para que a equidade de gênero deixe de ser uma promessa e se transforme em realidade concreta. Que este mês de março inspire cada um de nós a assumir esse compromisso e a construir, juntos, um futuro mais inclusivo e próspero para todos.
Autor
Sandro Andrade Batista, cofundador da Gooders e signatário do Capitalismo Consciente Brasil