Precisamos mudar a concepção de que, para um negócio ter valor, o sucesso deve ser baseado no poder e na acumulação de capital, deixando de lado os indicadores de impacto socioambiental, positivo ou negativo, que este negócio gera para as pessoas e para o planeta.
“O capitalismo nos serviu por mais de 250 anos, mas se tornou insustentável em sua forma atual. É necessária uma mudança radical. A revolução tecnológica está sendo seguida pela revolução do impacto, que nasce da simples ideia de que podemos romper com o foco único do capitalismo no lucro para gerar lucro e impacto social simultaneamente, redirecionando grandes quantias de dinheiro para melhorar o mundo. (…) O momento atual exige nada menos que uma revolução, e é preciso colocar o impacto no centro da nossa consciência. Em vez de confiarmos exclusivamente nos governos e na filantropia para alcançarmos mudanças sociais, precisamos inaugurar uma terceira força para acelerar o ritmo da mudança: o setor privado.” Sir Ronald Cohen, no livro Sobre Impacto – Um Guia para a Revolução do Impacto.
Em meio aos novos modelos de negócios, surgem os negócios de impacto, que se comprometem a resolver problemas sociais e ambientais, adotando uma visão sistêmica de modelos econômicos mais justos, sustentáveis, colaborativos e responsáveis.
Para ser considerado um negócio de Impacto, é necessário ter a intenção clara de endereçar um problema socioambiental por meio de sua atividade principal (produto ou serviço) e de atuar pela lógica de mercado. Isso exige um modelo de negócio que busca retorno financeiro, mas que também se compromete em medir o impacto que gera.
Defendo que o capitalismo tem que se reinventar e, com a entrada dos pilares ESG nas grandes empresas e os movimentos importantes como o capitalismo consciente, os líderes empresariais podem alcançar mais rapidamente os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS).
Consequentemente, as pautas dos negócios de impacto podem ser trazidas tanto para dentro do core business, quanto para todos os stakeholders, pois gera valor compartilhado e atua nos grandes desafios do mundo atual como a educação, moradia digna, fome, desigualdade, entre tantas outras pautas urgentes. Neste modelo de impacto, a empresa e seus líderes têm um papel importante na sociedade, assumindo compromissos públicos através dos pilares sociais, ambientais e de governança.
Daniela Giffoni – Head Negócios de Impacto & ESG ImpactPlus
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