Os desafios têm se tornado cada vez mais grandiosos em razão da baixa quantidade e qualidade das intervenções; o Capitalismo Consciente pode ser a resposta.
Para enfrentar os grandes desafios atuais da sociedade, primeiro é preciso entender o que são. Ao adotarmos uma linguagem comum, todos os setores – público, privado e sociedade civil – têm condições de se enxergar no contexto e dar sua parcela de contribuição.
Embora não haja consenso sobre o que exatamente torna um desafio grandioso, a maioria o entende como um problema complexo, multidimensional, incerto, não linear, mas, ainda assim, solucionável a partir de uma intervenção coordenada. É o caso das mudanças climáticas, apontadas por muitos como o maior problema deste século, em função de causas estruturais relacionadas ao aquecimento global e seus efeitos sobre eventos extremos que desencadeiam policrises.
Como os desafios têm se tornado cada vez mais grandiosos em razão da baixa quantidade e qualidade das intervenções, as soluções se tornam cada vez mais urgentes, demandando uma mobilização conjunta dos diversos segmentos da sociedade. A questão é que ainda estamos usando lógicas simples para problemas exponenciais, insuficientes para enfrentarmos desafios sistêmicos que atingem múltiplos setores simultaneamente. Nesse sentido, a proposta da Agenda 2030 se mostra fundamental, ao permitir que cada país, organização e indivíduo possam contribuir com metas específicas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Sendo o setor privado o grande detentor dos ativos no mundo, sua participação por meio da oferta de capital financeiro, intelectual e humano é fundamental para propor inovações que melhorem a quantidade e a qualidade das intervenções. Isso não significa substituir a ação dos governos, mas agir como uma parte interessada na resolução de problemas que afetarão seus negócios não apenas no longo prazo, mas já no curto prazo.
Além de inovação tecnológica, esse novo protagonismo empresarial demanda, sobretudo, inovação institucional. É necessário redesenhar modelos de negócio tradicionais, indo além da maximização do lucro de curto prazo, para incorporar metas de impacto social e ambiental. Nesse contexto, os negócios de impacto vêm ganhando relevância por incorporarem sustentabilidade social ou ambiental e financeira, mostrando que causa e lucro podem sim ser complementares.
O Capitalismo Consciente é um caminho para integrar as empresas ao esforço coletivo de criar soluções inovadoras para os grandes desafios deste século. Negócios com propósito, líderes conscientes, cultura ética, centrada no ser humano e orientada para gerar valor para todos os stakeholders são pilares de empresas que trabalham por uma nova economia, a economia regenerativa.
O presente já está exigindo das empresas consciência, coragem e visão sistêmica para trabalhar os grandes desafios, qualidades que o Capitalismo Consciente promove como resposta concreta aos maiores desafios do nosso tempo.
Autora: Denise Baumgratz, Consultora e mentora por meio da Denise Baumgratz Estratégia e Impacto+, mestranda em administração, A.Gente do Capitalismo Consciente Brasil e Multiplicadora B.
Reprodução: Este conteúdo foi originalmente publicado no portal Diário do Comércio. Clique aqui para acessar.