ECO-AMBIENTAL

O pilar “E” ou pilar eco-ambiental, refere-se à práticas empresariais  que conservam e regeneram o meio ambiente, fomentando o uso racional dos recursos naturais do planeta. Entram aqui questões como Mudanças Climáticas Globais  provocadas pela emissão de gases de efeito estufa (GEE), em especial dióxido de carbono; redução da poluição do ar e da água; combate ao desmatamento (meta do desmatamento líquido zero em poucos anos); preservação e aumento da biodiversidade; eficiência energética e uso de energias renováveis; gestão de resíduos sólidos; economia no uso da água, entre outros.

PILAR “E” E O AGRONEGÓCIO

Ao mesmo tempo em que o Brasil é protagonista no mercado de alimentos, sendo líder da produção e exportação de commodities como a soja, o café e o etanol, dados de um relatório da ONU sobre emissões de gases estufa e aquecimento global mostram que, no país, é esperado que a temperatura suba acima da média global. Portanto, o agro tem um papel fundamental em se tornar mais sustentável e regenerativo para combater o aquecimento global e reverter essa tendência.

Outros levantamentos tornam ainda mais clara essa necessidade. Segundo dados de 2018 da Embrapa, até 2030 o agronegócio global deve aumentar drasticamente a demanda por energia, água e aumento na produção de alimentos para atender ao aumento populacional.

Previsões para 2030:

Demanda por energia: +40%
Demanda por água: +50%
Expansão necessária na produção de alimentos: 35%

Dessa forma, é vital que o agronegócio busque soluções para equilibrar a necessidade de produção com o uso racional dos recursos naturais do planeta.

Soluções do agronegócio

para o Pilar “E”

Já são adotadas muitas soluções para que o agronegócio se torne cada vez mais sustentável no Brasil e no mundo. Entre elas:

Adoção de inoculantes e insumos biológicos

São produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos (de plantas ou de microrganismos), microrganismos, macrorganismos (invertebrados), metabólitos secundários e feromônios, destinados ao controle biológico. Promovem o crescimento de plantas, o controle biológico e a fixação de nitrogênio. Assim, podem reduzir a necessidade de fertilizantes químicos e defensivos agrícolas, ou até mesmo substituí-los totalmente em alguns casos, e contribuem para a redução da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).

Agricultura de precisão

Sistema de gerenciamento agrícola que permite aumentar a produção com maior eficiência e sustentabilidade dos recursos econômicos e ambientais. Por meio de tecnologias avançadas de mapeamento, sensores, IoT, drones etc, gera dados precisos que o produtor rural usa para entender a quantidade exata de insumos a serem usados em cada talhão da sua lavoura, evitando o desperdício e, consequentemente, a contaminação das culturas e do solo. Além de reduzir gastos com insumos como defensivos agrícolas, fertilizantes etc.

Aumentar a produção reduzindo as áreas de lavoura e pasto

Por meio de práticas de agropecuária de baixo carbono, sistemas integrados (ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), plantio direto, rotação de culturas, escolha de cultivares e uso de biológicos. Assim como contribuem também tecnologias como sensores, drones, Internet das Coisas e blockchain. O Brasil possui milhões de hectares de pastos degradados. Parte deles podem ser recuperados por práticas como sistemas integrados e agroflorestais. Assim aumentando a produção de alimentos sem abrir novas áreas de produção e ainda regenerando áreas hoje improdutivas.

Produtores rurais já conservam o meio ambiente

O Brasil possui um dos mais completos e rígidos códigos florestais do mundo, que obriga o produtor rural a preservar e proteger a vegetação nativa de seus imóveis. O percentual de preservação varia. No bioma amazônico, 80% do total do imóvel deve ser preservado e a produção só pode ser realizada nos 20% restantes. No bioma do cerrado, o percentual a ser preservado é de 35% e nos demais biomas, 20%.

Investimento em inovação e digitalização

A digitalização coloca em contato direto as propriedades rurais e os escritórios nos centros comerciais, ajudando a garantir que toda a operação (da produção à entrega) cumpra protocolos nacionais e internacionais.

Rastreabilidade da cadeia de valor

É necessário que as grandes empresas de alimentos sejam capazes de garantir que todos os atores da sua cadeia de valor adotem as melhores práticas sustentáveis. Isso é possibilitado pelas tecnologias de rastreabilidade, que gera dados e aumenta a transparência da cadeia de suprimentos.

Redução das emissões de carbono e uso consciente de recursos naturais

Por meio de práticas de agricultura regenerativa, economia circular, redução do desperdício e reutilização de produtos e uso de recursos naturais limpos e renováveis.

PLANO ABC

Além do Código Florestal, contribui para a sustentabilidade no agro o Plano ABC, lançado pelo governo federal em 2010 e o Plano ABC+, atualização do plano para o período de 2020 a 2030. Ao estimular a Agricultura de Baixo Carbono, o Plano ABC+ tem o objetivo de reduzir a emissão de CO2 em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário.

PILAR “E”

E A BIODIVERSIDADE TERRESTRE

Incêndios florestais causam um grande impacto na biodiversidade do planeta. Do Brasil à Austrália os resultados são catastróficos, como indicam os artigos da WWF e da Mongabay. 

Aproximadamente três bilhões de animais – mamíferos, répteis, pássaros, aves e anfíbios – morreram ou saíram de suas áreas originais devido aos incêndios devastadores de 2019-2020. “Nearly three billion animals – mammals, reptiles, birds, and frogs – were killed or displaced by Australia’s devastating 2019-20 bushfires

No Brasil não foi diferente, e mais de 17 milhões de vertebrados morreram nos incêndios do Pantanal em 2020. “A new study has found that nearly 17 million animals died in the Pantanal (Brazilian Wetlands) fires in 2020.”

  Ao enfrentar incêndios florestais em estágios iniciais, evitamos não apenas altas emissões de CO2 (ODS 13), como também protegemos a saúde humana (ODS 3), evitamos perdas ambientais e financeiras (SDG 8) e preservamos reservatórios e nascentes de água (ODS 6). Além disso, impedimos a perda de biodiversidade, pois quando a floresta queima, queimamos uma biblioteca (ODS 15).

Biodiversidade Sustentável

A disponibilidade de recursos naturais e de matéria-prima é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, que demanda cada vez mais novos produtos e soluções das empresas e indústrias. 

Há pouco tempo, entretanto, a compreensão de que os recursos não são inesgotáveis e de que sua escassez pode se tornar uma realidade não eram grandes preocupações sociais, e nem mesmo a importância da biodiversidade para a manutenção da vida humana no planeta.

A sustentabilidade é o termo chave para o desenvolvimento econômico e social. As ações e iniciativas que valorizem a biodiversidade e promovam pesquisa, preservação e recuperação da flora e da fauna – bem como a diversidade nos ambientes sociais – são cada vez mais pautadas pelas empresas e instituições.
Confira algumas delas:

Agricultura

Grande parte da agricultura familiar na Amazônia, pobre em recursos e tecnologia, persiste baseada nos nutrientes advindos da floresta convertidos através do secular sistema de corte-e-queima.

A intensificação da agricultura e a recuperação de áreas abandonadas em certas regiões diminuiria a pressão sobre as florestas.

Biodiversidade e Biotecnologia

Na floresta encontramos, por exemplo, essências variadas, substâncias para o combate às pragas e para o desenvolvimento de produtos farmacológicos, além de conter um grande potencial para a geração de novas fontes de recursos utilizáveis.

Ecoturismo ou Etnoturismo

No Brasil, embora essa atividade ainda esteja se desenvolvendo, meio milhão de pessoas praticam ecoturismo, gerando 30 mil empregos diretos, movimentando cerca de 500 milhões de reais por ano. Na Amazônia, surpreendentemente, esta atividade ainda é incipiente e pouco explorada. 

Energia

As florestas propiciam 40% de toda a energia renovável do mundo. Portanto, será necessário conseguir combustível vegetal de forma mais sustentável para diminuir a deterioração da superfície florestal.

Exploração Madeireira

A região Amazônica é uma das maiores produtoras de madeira tropical do mundo, já utilizando 350 espécies de árvores para fins comerciais. A falta de planejamento nas atividades de exploração gera um desperdício de cerca de 60% nas serrarias.

Extrativismo

Os recursos florestais, desde que racionalmente utilizados, trazem benefícios econômicos às populações locais, fixam o homem no campo e melhoram sua qualidade de vida.

Fonte de água

As florestas fornecem água potável para mais de 33% das maiores cidades do mundo. A qualidade deste recurso, primordial para a saúde e o desenvolvimento rural e urbano, está vinculada à gestão florestal.

Mudanças Climáticas

As emissões de carbono para a atmosfera provêm da queima dos combustíveis fósseis (80%) e das mudanças no uso da terra (20%), principalmente o desmatamento. O desmatamento na Amazônia libera 200 milhões de toneladas de carbono por ano (2,2% do fluxo total global). Por outro lado, a Amazônia armazena em suas florestas o equivalente a uma década de emissões globais de carbono.

Pecuária

Se o caráter extensivo da pecuária fosse substituído pelo intensivo, com manejo sustentável dos solos, a pecuária poderia continuar crescendo e as pastagens atuais suportariam o dobro do rebanho, sem a necessidade de aberturas de novas áreas.

Populações Indígenas

Dos índios amazônicos, há 69 referências de índios não contatados, indicando a existência de uma riqueza cultural ainda desconhecida. A longa e acumulada experiência dos povos indígenas em relação ao uso dos recursos da floresta é uma fonte de informação valiosa para a ciência e a tecnologia moderna.

Proteção contra incêndios

O fogo que escapa da agricultura e da pecuária queima cercas, culturas perenes (como cupuaçu e a laranja), plantações florestais e pastagens, causando prejuízo de mais de U$107 milhões por ano à sociedade brasileira. Quando ocorre a exploração madeireira sem os cuidados para reduzir os impactos sobre o ambiente ou as florestas são desmatadas, as “barreiras” florestais gigantes são substituídas por vegetação altamente inflamável e o risco de incêndio aumenta.

Recreio

O turismo de natureza é responsável por 20% da indústria turística mundial. Por outro lado, a taxa de obesidade infantil é até 19% mais baixa em lugares onde as crianças têm fácil acesso a áreas verdes.

Recursos Hídricos

A manutenção de florestas nas margens de rios evita erosões, assoreamentos e garante alimento para vários organismos aquáticos.

Seguro de vida

As florestas geram 20% da renda familiar nas áreas rurais dos países em desenvolvimento. Além disso, alguns produtos florestais proporcionam sustento para uma a cada cinco pessoas no mundo, especialmente no tocante aos grupos sociais mais vulneráveis.

Super-herói

Uma boa gestão florestal fortalece a resiliência e a adaptação às catástrofes naturais relacionadas às mudanças climáticas, além de favorecer a adoção de medidas globais que combatam o aquecimento do planeta.

Supermercado

A demanda global de alimentos crescerá 50% até 2050 e serão necessários mais cultivos para aumentar a segurança e a sustentabilidade alimentar. Isto acarreta a necessidade de políticas agrárias ecológicas com as florestas para evitar o desmatamento.

PILAR “E” E A ÁGUA

No último século, houve um crescimento sem precedentes da população do planeta, concentrada em grandes centros urbanos. As atividades dessas grandes massas humanas causam aumento de consumo de água, deterioração da proteção vegetal das nascentes e das margens dos cursos de água, e a poluição dos corpos hídricos. A disponibilidade de água nos mananciais também é afetada pelas mudanças climáticas, e os fenômenos climáticos mais extremos que já são observados, particularmente as secas mais severas. 

Por essas razões, a ONU incluiu em seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável o ODS 6 – Água Potável e Saneamento. Considerando os impactos que a falta de saneamento causa na saúde, na educação e no emprego, como evidenciado pelos vários estudos do Instituto Trata Brasil desde 2007, o tema Água Potável e Saneamento também contribui indiretamente para atender o ODS 1 – Erradicação da Pobreza, o ODS 3 – Saúde e Bem Estar e o ODS 4 – Educação de Qualidade.

Equilíbrio hídrico

A sobrevivência humana passa pela consciência da importância da preservação do ciclo natural das águas. Esse ciclo remete ao uso sustentável. Quem capta água doce na natureza deve ter a responsabilidade, senão a obrigação, de devolvê-la, após o seu uso, no mínimo na mesma qualidade e quantidade na mesma natureza. 

O desafio essencial é equilibrar a oferta e a demanda de água no longo prazo, um princípio básico do capitalismo consciente que se aplica perfeitamente nesse caso. Melhorar a oferta de água pode significar procurar fontes adicionais em locais mais distantes, ou desenvolver novas tecnologias para tratar águas mais difíceis, como a água do mar ou salobra, por exemplo. 

O contexto das mudanças climáticas aumentou significativamente a variação da disponibilidade da água no tempo, e os sistemas de abastecimento de água precisam criar redundâncias para serem mais resilientes a estas novas condições. Além disso, é necessário trabalhar na proteção dos mananciais existentes, ao manter ou recuperar a vegetação em torno das nascentes e ao longo das matas ciliares, evitando o assoreamento dos corpos hídricos e a perda de nascentes.

Outro problema crônico a ser enfrentado é a poluição dos cursos de água. Esgoto, lixo, agrotóxicos e outros contaminantes emergentes reduzem a disponibilidade de água. A resolução desse problema passa pela responsabilização e mobilização de prestadores de serviços de saneamento, setor produtivo agrícola e industrial, e dos cidadãos. 

Entenda como é possível contribuir para o uso racional da água:

Indústria

As oportunidades de redução de consumo se encontram nas melhorias e inovações nos processos industriais — envolvendo recuperação, reciclagem e reutilização das águas de processo.

Residências

A redução do consumo se dá com a mudança de hábitos, sem desperdício, e a instalação de equipamentos hidráulicos com consumo mais baixo.

Prestação de serviços de saneamento

Os prestadores de serviços de saneamento devem implementar os métodos e tecnologias que permitam a operação dos sistemas de abastecimento de água com níveis de perdas aceitáveis.

GLOSSÁRIO

Accountability

Estratégia e série de ações por parte de empresas para monitorar e reportar  os impacto de suas atividades no ambiente e na sociedade, tais como como controle, fiscalização, responsabilização , prestação de contas, compromisso, proatividade e transparência.

Advocacy

Conjunto de práticas com o objetivo de obter apoio a uma causa ou proposta.

Agricultura de baixo carbono

Conjunto de  práticas e tecnologias sustentáveis adotadas na agricultura que mitigam a emissão de gases de efeito estufa (GEE) para combater as mudanças climáticas.

Água potável

Água de qualidade para o consumo humano e preparação de alimentos, sem riscos à saúde.

Água tratada

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Agricultura Climaticamente Inteligente

O conceito foi criado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês), em 2010. De acordo com a definição oficial, as práticas agrícolas climaticamente inteligentes “aumentam a produção de forma sustentável, criam resiliência (adaptação), reduzem/eliminam a emissão de gases causadores do efeito estufa (mitigação) e reforçam as conquistas de segurança alimentar e os objetivos de desenvolvimento nacionais.”

Alvo 1,5°C (alinhados Paris)

Os alvos são considerados ‘alinhados a Paris’ se estiverem alinhados com o que a mais recente ciência do clima considera necessária para cumprir os objetivos do Acordo de Paris – limitando o aquecimento global a bem abaixo de 2 °C acima níveis pré-industriais e buscando esforços para limitar o aquecimento a 1,5 °C, com nenhuma ou baixa superação. 

Área que engloba nove estados brasileiros que pertencem à bacia amazônica, totalizando uma área de 5.217.423 km², que corresponde a 61% do território brasileiro. O conceito de Amazônia Legal foi instituído pelo PL 1 806/1953 para planejar e promover o desenvolvimento social e econômico da região amazônica.

Área de Preservação Permanente (APP)

De acordo com o Código Florestal, é uma “área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”. Como tal, é considerado um  instrumento essencial à política de preservação ambiental. São consideradas APPs margens de rios, entornos de lagos e lagoas naturais e de reservatórios que represam curso de água naturais, áreas de entorno, nascentes e olhos d´água, encostas com ângulos superiores a 45o, restingas, manguezais, bordas de tabuleiros ou chapadas, topos de morros com mais de 100 metros e áreas de altitudes superiores a 1.800 metros e veredas.

Bacia hidrográfica

Área ou região de drenagem de um rio principal e seus afluentes. É a porção do espaço em que as águas das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água, abastecendo-o. O que separa uma bacia hidrográfica de outra são os divisores de água. Eles são como uma espécie de fronteira em que, de um lado, escoa a água em direção a um rio e, de outro, escoa a água em direção a outro rio.

Biodiversidade

União de todas as espécies de seres vivos do planeta. É a célula mãe do desenvolvimento sustentável, pois afeta a qualidade da vida humana e constitui componentes essenciais da sustentabilidade de toda a atividade humana, incluindo a atividade econômica.

Bioeconomia

Ecossistema de negócios sustentáveis a partir dos ativos naturais da biodiversidade, serviços ambientais, terra, clima e água. A bioeconomia gera atividades econômicas que incluem as pessoas, valoriza o conhecimento tradicional, a ciência e o empreendedorismo, com respeito ao uso racional dos recursos biológicos.

Capital Natural

É o estoque de recursos naturais renováveis e não renováveis na terra que contribuem com a humanidade, gerando bem-estar para indivíduos e grupos. Entre eles: ar, vegetação, os animais, água, solos, minerais. A soma desses recursos ou ativos naturais são chamados de Capital Natural por serem essenciais às atividades ecológicas e econômicas.

Carbono Negativo

Refere-se apenas ao CO2. Sendo assim, quando as remoções de carbono de um agente excedem suas emissões e quaisquer remoções são “iguais”.

Carbono neutro

Significa que qualquer quantidade de dióxido de carbono (CO2) emitido na atmosfera por uma entidade (empresa, organização, indivíduo, produto ou serviço) é compensada por uma quantidade equivalente removida da atmosfera. Para uma atividade ser considerada carbono neutro, reduzem-se as emissões onde é possível e o restante é balanceado por meio de compensações de carbono.

Certificação

É a comprovação, geralmente realizada por uma terceira parte autorizada, que garante o cumprimento da legislação e outros pré-requisitos ambientais, sociais e econômicos, entre eles, por exemplo, direitos humanos e questões climáticas  desde a extração da matéria prima até o produto final. Existem diversos padrões de certificação e modalidades voltadas para setores específicos como o de madeiras, agricultura e resíduos, que usados pelas marcas tem o objetivo de dar ao consumidor mais informação para suas escolhas.

Clima positivo (líquido negativo)

Quando as remoções de GEE de um agente, excedem suas emissões e quaisquer remoções são “iguais”. Devendo ser especificado ao longo de um período de tempo declarado, e se as remoções e as emissões são cumulativas ou representam apenas o período de tempo.

Compensação de carbono

É o método de reduzir ou neutralizar a pegada de carbono de uma entidade (empresa, organização , indivíduo, produto ou serviço) por meio de ações que reduzem emissões em outras regiões, como a compra de crédito de carbono ou recuperação de florestas em áreas degradadas.

Comércio Justo (Fair Trade)

Comércio justo é um movimento internacional surgido nos anos 1960 que busca gerar benefícios ao produtor, por meio de uma cadeia produtiva que enfraqueça a exploração por intermediários comerciais. Entre os setores em que há mais oportunidade para o Comércio Justo está o agronegócio.

Consumo consciente

Consumir de forma consciente é buscar o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, aumentando as consequências positivas deste ato não só para si mesmo, mas também para as relações sociais, a economia e a natureza. O consumidor consciente busca disseminar o conceito e a prática do consumo consciente, causando pequenos gestos que promovem grandes transformações.

Consumo per capita

Corresponde ao volume médio consumido por habitante de uma dada região, medido em litros por dia por habitante. De acordo com a Organização das Nações Unidas (OMS), uma pessoa necessita de um consumo mínimo de 110 litros por dia, o que seria suficiente para saciar a sede, cuidar da higiene e preparar os alimentos. Para se ter uma ideia, um cidadão que vive na Dinamarca, consome atualmente 107 litros de água por dia, enquanto que a média brasileira é de 166,3 litros per capita/dia.

Contaminantes emergentes

Produtos tóxicos que não são removidos ou eliminados pelos processos tradicionais de tratamento de água para consumo humano. Incluem inseticidas, nanomateriais, bactericidas, herbicidas, produtos de limpeza, cafeína, entre outros mais de mil compostos.

Controle e redução de perdas

O volume de perdas de um sistema de abastecimento de água é medido como a diferença entre o volume disponibilizado para distribuição e o volume medido ou estimado nos pontos de consumo. Contempla os vazamentos de água em ramais, redes ou reservatórios, ou perdas reais, e os volumes de água consumida e não registrada, por submedição ou furto, também chamadas de perdas aparentes.

Descarbonização da Economia

É o processo de redução das emissões de carbono nas atividades econômicas para alcançar a neutralidade climática e combater o aquecimento global.

Desenvolvimento Sustentável

Crescimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atendimento às necessidades das gerações futuras, o que prevê um investimento em desenvolvimento social e econômico equilibrado a um uso razoável de recursos naturais, visando preservá-los.

Ecofriendly

O termo aplica-se às atitudes ecologicamente corretas, tomadas por empresas, instituições ou pessoas. Atesta que elas agem em concordância com o que há de mais sustentável naquele segmento.

Economia circular

Segundo a Fundação Ellen MacArthur, a economia circular é um modelo econômico regenerativo e restaurativo, baseado em três princípios: 1) desenhar processos produtivos que não geram lixo e poluição (“lixo é um erro de design”); 2) estender o tempo de vida útil de produtos e materiais, mantendo-os em uso, em vez de descartá-los; 3) regenerar sistemas naturais (não apenas proteger, mas melhorar o meio-ambiente). A economia circular valoriza os resíduos da indústria como fontes de novas matérias-primas, com alto valor agregado, em vez de descartá-los como lixo.

Economia de Baixo Carbono

A economia de baixo carbono foca no desenvolvimento de atividades econômicas com baixo níveis de emissão de gases de efeito estufa e alta eficiência energética para assim reduzir impactos ao meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável. O conceito estimula o uso racional de recursos naturais, a adoção de fontes de energia renováveis e a economia circular nos processos de produção.

Economia Verde

Conjunto de processos de produção, que aplicados, geram um desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social.

Efeito Estufa

É um fenômeno natural para manter o planeta aquecido, possibilitando a vida na Terra. O problema é que, ao lançar muitos gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera, o planeta se torna cada vez mais quente, o que pode levar à crise climática.

Energia Renovável

Energia resultante de fontes naturais capazes de se regenerar, como as energias provenientes da biomassa, eólica, geotérmica, hidráulica e solar.

Esgoto

Água residual proveniente do uso humano, quando do uso doméstico, comercial ou industrial, ou das chuvas, sendo chamado de esgoto pluvial.

Estresse hídrico

Regiões onde a demanda de água é próxima ou maior que a oferta, por razões de escassez de manancial, ou de alta concentração de população e demanda.

Greenwashing

Também chamado de “maquiagem verde” é a ação em que empresas divulgam seus produtos como se fossem mais sustentáveis do que realmente são ou sem que haja uma maneira de se comprovar a sua ecoeficiência. Geralmente, essa prática é adotada para promover marcas e produtos sem investir capital em processos ambientalmente corretos.

Impacto Ambiental

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.

Insetting

Em configuração significa reduzir as emissões de GEE, por meio de emissões evitadas ou aumentando as remoções de GEE, a fim de compensar as emissões, de forma que a contribuição líquida do ator para as emissões globais é reduzida. Em configuração, as reivindicações são válidas apenas sob um conjunto rigoroso de condições, incluindo as reduções/remoções que não são superestimadas e reivindicadas exclusivamente. Além disso, a inserção só pode ser usada para reivindicar status líquido zero na medida em que é “igual para igual” com quaisquer emissões residuais.

Investimento de impacto

De acordo com a Aliança Pelo Impacto, “são recursos públicos e privados que podem ser direcionados para organizações, negócios e fundos comprometidos em gerar impacto socioambiental positivo mensurável e rentabilidade financeira”.

Lençol freático

Reserva subterrânea de águas que se infiltram entre as fissuras do solo, e podem ser captadas por meio de poços para o uso humano.

Marco Regulatório

É o conjunto de leis que regem a questão da água no Brasil. As peças mais importantes do Marco Regulatório da água no Brasil são a Constituição de 1988, que define as principais responsabilidades das esferas governamentais; as leis federais 11.445/2007 e 14.026/2020, que especificam aspectos importantes e regem a prestação dos serviços essenciais de saneamento; e a lei federal 9.433/1997, que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos e Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos.

Mudanças climáticas

Transformações de longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Embora possam ser naturais, têm sido potencializadas pela ação humana, principalmente pela queima de combustíveis fósseis.

Neutralidade Climática

Refere-se ao mundo em geral. Quando as ações humanas não causam efeito negativo para o sistema climático.

Pacto Global

Iniciativa desenvolvida pela ONU com o objetivo de mobilizar empresas mundialmente para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores fundamentais e internacionalmente aceitos, nas áreas de desenvolvimento humano, relações de trabalho,meio ambiente e combate à corrupção, refletidos em 10 princípios.

Pagamento por Serviços Ambientais

É a prática de atribuir um valor financeiro aos serviços prestados pelos ecossistemas e remunerar quem os preserva, conservando os ativos ambientais. A modalidade de PSA mais conhecida é o mercado de carbono, que tem ganhado força conforme nações e empresas se comprometem em reduzir suas emissões. No Brasil, a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais, sancionada em janeiro de 2021 e elaborada com ampla participação da sociedade civil organizada e do setor produtivo, institui pagamentos a prestadores de serviços que ajudem a conservar áreas de preservação.

Pegada ecológica

Conceito foi criado em 1990 por William Rees e Mathis Wackernagel, pesquisadores da universidade canadense de British Columbia, como medida do consumo de recursos naturais pelo homem em relação à capacidade da Terra para repô-los. Calcula-se que hoje a pegada total da humanidade seja de um planeta e meio, o que quer dizer que o consumo de recursos naturais excede em 50% a capacidade de reposição da Terra, um ritmo insustentável. Em geral, é uma medida que favorece países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento: o Brasil é um dos maiores credores do mundo nessa contabilidade.

Protocolo de Quioto

Acordo internacional lançado em 1997, no Japão, para estabilizar a concentração de gases que provocam o efeito estufa e garantir o modelo de desenvolvimento limpo. Entrou em vigor em 2005 e prevê que, entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos reduzam suas emissões em 5,2%, em relação aos níveis de 1990.

Rastreabilidade

A capacidade de conhecer a trajetória de um produto desde a sua produção e manufatura até a entrega ao cliente. Muito adotado para controle de qualidade, compliance ambiental e social.

Rating ESG

Forma de medir a aderência de uma empresa às boas práticas ambientais, sociais e de

governança. Muitos investidores desenvolvem seus próprios sistemas de rating das empresas em que consideram aportar capital.

Recuperação de Pastagens Degradadas

Recuperação de áreas degradadas devido ao manejo inadequado da pecuária. Diferentes práticas regenerativas podem ser adotadas para esse fim, como os Sistemas AgroFlorestais (SAFs). O Brasil possui milhões de hectares de pastos degradados que podem ser recuperados.

Recursos hídricos

Águas superficiais ou subterrâneas disponíveis à humanidade.

Remoção de GEE

Ações que removem GEEs da atmosfera em relação à linha de base. Como: florestamento e reflorestamento, bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), captura direta de ar, mineralização ou intemperismo aprimorado. Relatório de sustentabilidade. Focaliza os processos pelos quais a empresa mede, comunica e desenvolve seus valores, processos, objetivos e metas. O relatório de sustentabilidade é uma ferramenta para a promoção desses objetivos, à medida em que se torna uma referência como indicador da gestão empresarial com enfoque social e ambiental

Segundo o Código Florestal, é a “área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”.

Saneamento básico

Conjunto de serviços e infraestrutura compostos pela coleta, tratamento e distribuição de água, esgoto, e drenagem urbana e resíduos sólidos (no Brasil)

Sequestro de carbono

É o processo de remoção de gás carbônico da atmosfera e a sua estocagem no solo, em aquíferos ou biomassa vegetal. Práticas agrícolas como Plantio Direto e Sistemas AgroFlorestais (SAFs) são eficientes para esse fim, combatendo as mudanças climáticas.

Serviços Ambientais

Todos os processos da natureza que tornam a vida no planeta possível. Por exemplo: sequestro de carbono, regulação do clima, da fertilidade do solo, da disponibilidade de água potável e produção de alimentos.

Sistemas Agroflorestais

Sistemas de produção agrícola que mimetizam o funcionamento de florestas ao combinar o cultivo de alimentos vegetais em meio a árvores frutíferas ou madeireiras. Em alguns casos, incluem a criação de animais. Conservam recursos naturais, regeneram áreas degradadas e diversificam a renda do produtor.

Sistemas Integrados

São sistemas que integram dois ou três dos seguintes componentes em uma mesma área de produção: lavoura, pecuária e floresta. Os sistemas integrados buscam efeitos sinérgicos entre esses componentes e aumentar a produção de alimentos com sustentabilidade. Assim, preservam o meio-ambiente, regeneram áreas degradadas e reduzem ou até mesmo neutralizam a emissão de gases de efeito estufa. Além de também diversificar e aumentar a renda do produtor rural.

Sustentabilidade

É a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável pelas empresas. Sustentabilidade é uma maneira de pensar, de tomar decisões levando em conta as pessoas, o lucro e o planeta. Para as organizações, é uma forma de gestão dos funcionários, do impacto ambiental, da relação com a comunidade, clientes e fornecedores.

Reflorestamento

O reflorestamento é a ação de recuperar uma área desmatada por meio do plantio de novas árvores. Essa ação pode ocorrer de forma natural ou intencional, ou seja, com a interferência humana para atingir determinados objetivos como realizar a manutenção de matas ciliares, restaurar ecossistemas, absorver os gases de efeito estufa (GEE) reduzindo o impacto do aquecimento global por meio do sequestro de carbono.

Agricultura Regenerativa

A técnica surgiu nos anos 1980 e consiste em unir as melhores práticas baseadas na natureza ao conhecimento científico. Segue cinco princípios básicos: preservar e tornar fértil o solo; aumentar a infiltração de água; aumentar a preservação da biodiversidade; aumentar a capacidade de sequestro e estoque de carbono no solo; e produzir alimentos que ofereçam segurança alimentar e contemplem requisitos socioeconômicos satisfatórios.

Living wage

É a remuneração de um trabalhador que seja suficiente para a um padrão de vida que lhe proporcione alimentação, habitação, educação, acesso à saúde, transporte e outras necessidades básicas incluindo também uma provisão para eventuais emergências.

Indicação Geográfica

Indicação Geográfica (IG) é um instrumento de propriedade industrial que busca distinguir a origem geográfica de um determinado produto ou serviço e apresenta duas modalidades: (1) indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.(2) denominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.

Tecnologia Limpa

Desenvolvimento de técnicas e alternativas viáveis de minimização do impacto ambiental. Definem-se como tecnologias limpas aquelas que reúnem as seguintes características: utilizam compostos não agressivos e de baixo custo, exigem menor consumo de reagentes, produzem pouco ou nenhum resíduo e permitem controle mais simples e eficiente de sua eliminação.

Turismo Rural

É o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

Zero Absoluto

Quando nenhuma emissão de gases de efeito estufa é atribuída às atividades, em toda sua finalidade.

Este conteúdo foi criado em parceria com:

Para saber mais sobre o assunto, acesse a seguir os conteúdos produzidos exclusivamente para o nosso blog pelas empresas associadas participantes desta temporada do Beabá do ESG.

Referências

https://agrosmart.com.br/blog/esg-e-agronegocio-conheca-as-praticas-que-fortalecem-o-setor/#Ambientalnbsp

https://www.pwc.com.br/pt/estudos/setoresatividade/agribusiness/2021/importancia-da-agenda-esg-no-agronegocio.html

https://agrotools.com.br/blog/esg-sustentabilidade/esg-e-o-agronegocio/

https://forbes.com.br/colunas/2021/07/helen-jacintho-qual-e-a-relacao-entre-esg-e-agro/

https://www.dinheirorural.com.br/como-o-esg-esta-impactando-o-agronegocio/

https://diariodocomercio.com.br/opiniao/esg-no-agro-hoje-um-diferencial-amanha-uma-necessidade/

https://acsp.com.br/publicacao/s/esg-o-que-significa-e-qual-e-a-importancia-desse-conceito

https://agropos.com.br/o-que-e-agricultura-de-precisao/

https://ipam.org.br/cartilhas-ipam/a-importancia-das-florestas-em-pe/

https://www.biologianet.com/biodiversidade/classificacao-biologica-taxonomia.htm

http://www.ibama.gov.br/resex/textos/h2.htm

http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=293&subject=Queimadas&title=Inc%EAndios%20causam%20US$%205%20bilh%F5es%20em%20preju%EDzo

http://www.institutoaqualung.com.br/info_ecoturismo_55.html

https://www.iberdrola.com/sustentabilidade/importancia-da-floresta

https://www.biologianet.com/biodiversidade/classificacao-biologica-taxonomia.htm

https://ideiasustentavel.com.br/importancia-da-biodiversidade/

https://www.economiadomeioambiente.com.br/e1/glossario


https://agroreset.com.br/sobre-agroset/